domingo, 9 de novembro de 2008

Criatividade & humor na educação

Era Uma Vez Um Rei - Jose Barata Moura

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Aqui está um tema que me interessa especialmente, já que tenho alguma aversão ao ensino acinzentado que se vê frequentemente por aí.

Não é difícil ensinar uma criança, desde que a mesma seja minimamente normal.

Digo "minimamente" porque já se torna costume esperar pelos mínimos possíveis para trabalhar, muito por culpa da politica de desculpabilização que se encontra enraizada na nossa cultura.
A criança não consegue fazer: "coitadinha, brinca com isto".
A criança não quer fazer: "coitadinha, brinca com aquilo".
Desde que o pirralho não chateie, e mais, desde que não impeça outros de aprenderem, tudo bem ou menos mal.

A postura passa-se para os pais, que super ocupados fazem coro e pior, passa-se para as crianças que vão vendo a papinha feita à frente sem terem que se esforçar minimamente.
Entra-se então num ciclo vicioso sem fim à vista, à medida que as crianças se fazem adultos e repetem os comportamentos e atitudes que conhecem.

Até aqui, alguma novidade? Não. Então que é que se pode fazer para tentar inverter este rumo aparvalhado? Podemos começar por tornar o ensino minimamente (lá está) interessante e divertido, fazendo uso da curiosidade natural das crianças e do seu interesse na descoberta.

"Como?" perguntam vocês de uma forma silenciosa mas que eu consigo perceber espectacularmente graças à um milagre que não vou explicar aqui senão estaria a desconversar, etc.
Fácil. Usem o humor. Sempre.

Inventem canções parvas sobre conceitos que queiram transmitir, roubando descaradamente as melodias de canções famosas. Já repararam na facilidade com que decoramos canções, por muito foleiras que sejam? Claro que já. Metade de vocês gosta de música foleira.

Têm uns quantos que fazem asneira para chamar a atenção? Façam pior. Dêem toda a atenção mas de uma forma bipolar.

Mudem o tom de voz enquanto falam, alterando de grave para agudo sem razão aparente.
Se tiverem que pregar sermões, façam-no de uma forma ridícula e que provoque o riso nas crianças, exigindo ao mesmo tempo que estejam sérias e que se comportem.

A titulo de exemplo, podem tentar corrigir uma fila dois a dois andando ao lado deles com passada larga e sem dobrar os joelhos. Ou usar um chapéu ou casaco deles como capa durante uma conversa. Daí até começarem a andar de bigodes falsos ou pintados é um saltinho.

Quem disse que só as crianças é que se podem divertir?

Ser criativo na transmissão de conhecimentos dá algum trabalho mas não é impossível. Metado das vezes as melhores ideias são dadas pelas crianças, é uma questão de estar atento e aproveitar até as mais absurdas.

"As vacas dão leite pelas tetinhas e chocolate pelo rabinho?" Já vi que não provaste, Albertinho, mas e que tal se fizéssemos uma vaca dessas?

E pronto, toca a trabalhar na vaca. Podem-se fazer histórias sobre o animal, explicando a origem, como e onde vive, que aventuras tem, etc., canções, pinturas e construções.

Faz sentido? Para as crianças, sim. E desde que se explique, lá pelo meio, como é que as coisas se passam realmente (com visitas, leituras, o que quiserem), as crianças vão aprender todos os conteúdos que se possam incluir; de onde vem o chocolate, a importância do leite, o que é e o que faz uma vaca e por aí.

Quantas ideias destas já não foram descartadas por fugir ao convencional da "vaquinha come relva bem verdinha"?

É bem mais fácil, lá isso é verdade, mas será melhor?

A respeito deste tema, encontrei uma palestra divertida dada por Ken Robinson, que questiona se a escola estará de facto a promover a criatividade, servindo-se das potencialidades das crianças para dinamizar o seu crescimento ou se está simplesmente preocupada a moldar as crianças/estudantes para o que se julga correcto ou aceitável.

Quem diz a escola, diz também o ensino.

Vale a pena ver (+- 19m. inglês perceptível mas não legendado).


2 comentários:

Anónimo disse...

BRAVO FRED! BRAVO!

Anónimo disse...

há aqui uma pergunta que me está a intrigar demasiado...agora deixaste-me baralhada...

então mas afinal de onde vem o chocolate....?????

lololololol...

tens toda a razão, sim senhor!!

bjuzzzzz